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Existem várias denominações para esse tipo de relógio. Os ingleses costumam chamá-los de long case clocks, nos Estados Unidos são normalmente conhecidos como grandfather clocks e no Brasil por relógios de coluna ou relógios de pé ou chão.
Sem nenhuma dúvida, a maior quantidade desses relógios existentes no Brasil veio da França, alguns vieram da Inglaterra e muito poucos dos Estados Unidos. Os relógios alemães desse tipo, que normalmente se encontra no Brasil, foram produzidos no século XX. É mais fácil encontrar relógios holandeses do século XVIII ou XIX, no Brasil, do que relógios alemães dessa época.
É extremamente fácil distinguir um relógio francês de qualquer outro tipo de relógio de coluna, devido à estampa em zinco existente ao redor do mostrador. Essas estampas podem variar em estilo ou qualidade, mas raramente estão ausentes nos relógios franceses de coluna.
Já distinguir um relógio inglês de um relógio americano de coluna não é tão simples porque os primeiros relógios americanos desse tipo foram reproduções quase fiéis do estilo adotado na Inglaterra. Somente com a evolução da indústria de relógios nos Estados Unidos, esse tipo de relógio passou a adquirir um estilo próprio (foto:The World's Great Clocks & Watches, Cedric Jagger).
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A enorme maioria dos relógios franceses de coluna veio para o Brasil sem a caixa, ou seja, chegavam aqui somente as máquinas e os artesãos brasileiros fizeram suas caixas. Por esse motivo a grande maioria das caixas encontradas aqui se utilizam de madeira e estilos brasileiros característicos dos locais onde moravam seus proprietários.
Praticamente todos os relógios franceses que se encontram no Brasil foram produzidos perto da cidade de Morbier, na região de Comté, próximo à fronteira com a Suíça. Por esse motivo, é comum as pessoas se referirem a esse tipo de relógio como sendo um comtoise ou morbier, simplesmente.
O Comtoise era um relógio provincial. A economia da cidade de Morbier, no final do século XVIII, era baseada na agricultura até que os habitantes locais decidiram e começaram a fazer relógios. Como era hábito na França para todos os tipos de relógios, a fabricação envolveu diversos tipos de artesãos e, frequentemente, de diferentes cidades. O grande sucesso no Brasil deste tipo de relógio explica-se pelo excelente intercâmbio que existia com a França no final do século XIX e início do século XX, adicione-se a isso o baixo custo dos mesmos, uma vez que seu mecanismo é extremamente simples. Além disso, o fato de que sua máquina poderia ser comprada isoladamente, ou seja, sem a caixa, diretamente dos revendedores ajudava a reduzir seu custo. Em muitos casos, nem mesmo o pêndulo original foi trazido da França e foram reproduzidos aqui, também, por artesãos locais. Como esse era um relógio típico para uso em fazendas e, nessa época, o Brasil vivia o ciclo do café, todos os fatos se encaixam perfeitamente para disseminar o uso desse tipo de relógio nas salas das fazendas brasileiras. Era imprescindível a sua presença nas salas das fazendas de café, na virada do século XIX para o XX.
Se considerarmos que o metal era extremamente caro, na época, pode-se identificar rapidamente a engenhosidade dos relojoeiros franceses, que para reduzir o custo dos relógios, não se utilizaram das tradicionais platinas metálicas encontradas em todos os outros relógios da época, fossem de mesa, parede ou coluna. Substituiram as platinas por somente dois travessões verticais de ferro, normalmente com buchas de bronze nos orifícios onde giravam as engrenagens, para sustentar todo o mecanismo. Os relógios Comtoise não apresentam complicações mecânicas, tais como batidas de quarto de hora e sistemas sonoros/musicais com gongos e campainhas, entretanto muitos repetem a batida das horas entre dois a cinco minutos.
Não é possível dizer que os franceses fabricaram somente relógios de coluna do tipo Comtoise. Eles também fizeram relógios de altíssimo luxo e qualidade, normalmente com pedestais de madeira ornados com bronze ormolu, mas sua presença, no Brasil, é extremamente reduzida. Além disso, eles possuem mecanismo muito semelhante ao usado nos relógios de mesa franceses. Não são, exatamente, relógios de coluna típicos como os ingleses, americanos e os próprios Comtoise (foto:The World's Great Clocks&Watches.Cedric Jagger.).
Na próxima atualização começarão a ser abordados os relógios ingleses de coluna. Não há dúvidas de que nesse tipo de relógio os ingleses foram insuperáveis, tanto na arte mecânica como no trabalho de marcenaria e marqueteria de suas longas caixas. Muito há que se falar sobre relógios ingleses de coluna.