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Curiosidades 1

Curiosidades

O sistema de escapamento

Na última atualização tratou-se da origem do relógio e do sistema de acionamento. Mencionou-se, ainda, importância do sistema de escapamento, que será o tema principal desta atualização.

Os primeiros relógios eram enormes obras de ferro e foram construídos dentro de igrejas, monastérios e locais semelhantes, mas quase sempre ligados a área eclesiástica. Infelizmente nem todos tiveram sua importância reconhecida e muitos foram abandonados, desmontados ou transformados para operarem com motores elétricos. Deve-se mencionar o relógio da Catedral de Salisbury, construído em 1386, e que ainda funciona ( Antique Clocks and Clock Collecting - Eric Bruton). Convém lembrar que ainda não se conhecia a existência do pêndulo uma vez que Galileu, a quem é atribuída essa descoberta, nasceu somente em 1564. Galileu descobriu que o período (movimento) do pêndulo era constante, desde que fossem mantidos o seu comprimento e a força da gravidade. Apesar disso, a primeira utilização do pêndulo, em relógios, é atribuída ao matemático holandês Christiaan Huygens, somente em 1656. Mais detalhes sobre a utilização do pêndulo serão apresentados na próxima atualização.

Sem a existência do pêndulo e seu período constante, fazer o relógio reproduzir a marcação correta do tempo era um grande desafio tecnológico para a época.

Primeiro sistema de escapamentoPara entender melhor o problema é preciso lembrar que a engrenagem de escapamento é sempre a última engrenagem do relógio e é aquela que faz movimentar os ponteiros. Sem alguma restrição, sua tendência é girar livre (girar louca) sem parar até que o sistema de acionamento (peso, corda, etc) seja interrompido. Portanto, o ponto central era controlar o movimento dessa engrenagem de modo a que os ponteiros se movessem com a velocidade correta.

Não foi muito difícil identificar que seria necessário liberar os dentes dessa engrenagem controladamente. Acredita-se que o primeiro sistema mecânico tentado pelos relojoeiros da época foi o chamado verge and foliot que não vale a pena tentar traduzir pois não teria muito sentido em português (foto: The Connoisseur Ilustrated Guides - Clocks and Watches - Alan Smith).

Relógio do Castelo de DoverFuncionamento do sistema verge-foliot: O dente superior da engrenagem de escapamento do sistema verge, ao girar, parava na sua paleta superior e fazia rodar o foliot. A engrenagem de escapamento era detida, novamente, quanto o dente de baixo da engrenagem verge encontrava a paleta inferior fazendo com que o foliot girasse, mas em sentido contrário liberando mais um dente da engrenagem de escapamento. Esse movimento oscilatório do foliot tinha sua velocidade controlada pela posição dos pesos que se vê na figura. Quanto mais próximos do centro estivessem os pesos, mais rapidamente se movia o braço do foliot e, consequentemente, os ponteiros do relógio. A concepção desse tipo de escapamento foi uma revolução para a época, mas, obviamente, não permitia precisão na marcação do tempo. Entretanto, na falta de algo melhor, esse sistema foi usado até o surgimento do pêndulo.

Na foto ao lado encontra-se o relógio do Castelo de Dover, em Kent na Inglaterra, transferido em 1872 para o Museu da Ciência, em Londres, em 1872 apresentando o sistema de escapamento verge-foliot descrito acima (foto: A Collectors Guide to Clocks - Derek Roberts).

Na próxima atualização do site continuarão a ser a abordados os sistemas de escapamento. Começará a ser abordada a utilização dos pêndulos e a revolução/evolução causada pelos mesmos. Embora muitos proprietários ainda não tenham se dado conta, existem alguns relógios no Brasil que remontam ao tempo da utilização do sistema de escapamento verge com pêndulo, o que, como já foi dito, permite avaliar com alguma precisão a sua data de fabricação, uma vez que esse foi substituído pelo sistema de âncora em torno de 1700, na Inglaterra, e por volta de 1800 na França.

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